Elisa tem um jeito único e talvez eu não consiga explicar, mas um jeito único de escrever que nos conquista do início ao fim, recebi recentemente essa linda edição de o muro de pedras, assim que iniciei a leitura soube que iria amar.
"Viver era agora o mesmo que arranhar a pedra de um muro, os dedos sangravam sem que ela conseguisse escrever nele o mais leve indicio de sua dor".
O muro de pedra ganhou o Prêmio de Romance José Lins do Rêgo, em 1962, esse é meu segundo livro da autora, sigo gostando muito do trabalho de Elisa. A história de Marta é muito intensa, ela perde o pai e logo a mãe, ou seja, é um livro que traz o luto, mas não da forma como pensamos, o tema aqui está longe de ser o principal, na verdade, o problema de Marta é para a maioria das pessoas a solução, quando pensamos em liberdade, pensamos em algo bom, positivo, esse não é caso da personagem.
Marta era casada e infeliz, decidi romper a relação, e sua maior dificuldade nesse momento é lidar com total liberdade, descobrir quem era, o que queria e fazer e viver as grandes coisas que sonhara, daí o problema, muitas vezes estamos tão enraizados em uma vida, uma realidade que quando não a temos é como se estagnássemos, como se não soubessemos mesmo para onde ir, você já sentiu assim?
Esse e outros questionamentos e reflexões é o que você encontra em o muro de pedras, a escrita de Elisa aqui é tão certeira, tão cativante que ouso dizer, ou não, que prefiro essa Lispector nesse momento de minha vida enquanto leitora.
Você já leu? Tem vontade de ler?
0 comentários