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[Resenha] A Livraria - Penélope FitzGerald @bertrandbrasil

A livraria estava parado em minha estante há alguns anos, resolvi ler a obra para colocar em prática um novo projeto de desencalhar livros não lidos e achei que por ser um livro curto conseguiria desenvolver a leitura de forma rápida e eficaz. Entretanto a obra é densa em muitos aspectos lenta e difícil de ler, porém a história tem lá seus atributos significativos. Espero que gostem da resenha!

Sinopse: O livro que deu origem ao filme estrelado por Emily Mortimer, de A ilha do medo, e Patricia Clarkson, de House of Cards Florence Green, uma viúva de meia-idade, decide abrir uma livraria — a única — na pequena Hardborough, uma cidade costeira no interior da Inglaterra. Florence não esperava, contudo, que seu projeto pudesse transformar Hardborough em um campo de batalha: enquanto a influente e ambiciosa Violet Gamart, que tinha outros planos para a centenária casa que ela escolheu como sede, faz de Florence sua inimiga, a empreendedora também conquista um aliado na figura do excêntrico Sr. Brundish. Na história de Florence Green enfrentando a cortês mas implacável oposição local, vê-se a denúncia de uma estrutura de privilégios apoiada em invejas e crueldades, e, no microcosmo de Hardborough, Penelope Fitzgerald monta um cenário repleto de detalhes precisos e personagens atemporais. Skoob
"A Livraria" nos conta um pouco da história de vida de Florence Green uma mulher solitária desde a morte do marido, ela vive há dez anos em Hardborough uma pequena cidade no interior da Inglaterra. Recentemente Florence resolveu abrir um novo negócio local, uma livraria, e tomando essa decisão ela também acabou atraindo muitas coisas, porém a receptividade dos moradores da cidade não foi uma delas.


O livro foi na contramão das minhas expectativas para leitura, imaginei que a obra fosse abordar questões literárias, falar sobre a história da literatura ou o ato de ler, na verdade a autora trabalhou sua narrativa nesse livro de forma muito simples e ácida ao mesmo tempo, é notável o humor negro e drama presente na escrita de Fiztgerald.


Sua protagonista enfrenta durante toda a leitura uma resistência absurda dos moradores da cidade onde vive há tanto tempo que chega á causar pena no leitor de sua situação, em diversos momentos durante a leitura fiquei irritada com a capacidade da população e suas atitudes estranhas em relação a uma livraria, um lugar que certamente deveria ser apreciado por muitos pela riqueza presente no mesmo.

Fazia muito tempo que uma leitura não me deixava tão confusa, eu tentei entender de todos os ângulos possíveis a história e isso me deixou meio desencantada com a obra, a melancolia, a falta de sucesso da protagonista foi colocada ao meu ver com certo exagero, trazendo um sentimento triste ao leitor. Confesso foi difícil concluir a leitura, por fim acabei terminando a obra com esperança de um final melhor. Essa minha expectativa também foi roubada no término do livro.

Preciso dizer a vocês que nem tudo nessa obra é ruim, existe uma certa contradição nas atitudes dos personagens que faz o leitor refletir e chama nossa tenção. Os moradores mais resistentes ao novo negócio de Florence eram os mesmo que se julgavam cultos, educados, admiradores de boa arte e etc. Isso me fez pensar então porque raios a livraria não era bem vinda?

Acontece que percebi o que autora queria passar com sua escrita muito tempo depois de fechar o livro, a verdade é que a as pessoas não estavam preocupadas com a cultura ou conhecimento e sim o status que isso poderia lhes proporcionar, muito condizente com o que vemos hoje em dia na nossa realidade virtual e física. Muitas vezes o ser humano não busca um livro, um museu ou boa música pelo prazer de tal ato e sim pelo status que aquilo lhe agrega. Uma verdadeira lição foi a que autora deu nessa obra que mesmo não agradando por completo me fez ver com outros olhos a história geral, em um contexto diferente!


O livro ainda apresenta a questão de classes sociais muito bem divididas na história, com humor que beira o sarcasmo ainda presenciamos alguns feitos meio sobrenaturais na casa onde Florence mora e instalou a livraria. A Old House é cheia de assombrações e situações meio duvidosas que trazem um gosto diferente para leitura.

A obra termina de forma muito triste não deixando ao leitor nenhum resquício de esperança sobre mudanças de atitudes e recomeços felizes, um dos piores finais que já li, não que sempre espere finais bons e felizes mais esse meus caros leitores foi de arrasar qualquer coração. De forma geral a leitura é diferente em muitos quesitos e proporciona ao leitor uma história amarga de um lugar que vive fora de seu tempo em um atraso total. Não recomendaria a obra á vocês por não me identificar de forma muito positiva com a leitura, mais poderia dizer que se você estiver muito curioso então leia e tire suas próprias conclusões.

Título Original: The BookShop|Páginas:160|Gênero: Romance|Editora: Bertrand Brasil|Avaliação 2/5

Comentários

  1. Eu ainda não tinha ouvido falar desse livro e poxa, parece ser muito bom!
    Eu gosto de livros sarcasticos e que deixam as coisas bem na cara mesmo, acho que isso é uma forma de impactar as pessoas sabe, gostei da premissa da história, parece bem o meu tipo de leitura.
    Já vou anotar e procurar por aqui! Amei suas fotos!!!

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  2. Eu tenho vontade de ler esse livro desde quando soube do lançamento. Ele realmente tem uma premissa ótima e, sem dúvidas, pelo o que você contou na sua resenha, apresenta uma narrativa mais densa mesmo. Uma pena que o final tenha te decepcionado, ainda mais por não mostrar nenhuma mudança ou trazer nenhuma esperança.

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