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[Resenha] A Porta - Magda Szabó @intrínseca

 Conhecer essa ficção foi uma experiência singular, misteriosa que aos poucos foi tomando conta dos meus dias enquanto leitora, demorei para engatar na leitura que a princípio foi lenta, vagarosa, mais muito interessante durante todo seu percurso.

Sinopse: Uma escritora culta, com uma relação nebulosa com as autoridades comunistas na Hungria moderna do pós-Segunda Guerra Mundial, contrata Emerenc ― camponesa, analfabeta, impassível, bruta e de idade indefinida ― como sua governanta. Emerenc mora sozinha em uma casa onde ninguém pode passar da porta de entrada, nem mesmo seus parentes mais próximos. Ela assume o controle do lar da patroa, tornando-se indispensável, experimentando um tipo de amor ― pelo menos até o tão desejado sucesso da escritora trazer à tona uma revelação devastadora.A força sobre-humana de Emerenc, sua disposição para ajudar os outros e fragmentos de sua biografia dolorosa constroem o mosaico do que parece uma existência transpassada por segredos. Na relação de dependência desenvolvida entre as protagonistas se encerram dúvidas e mistérios sobre a personalidade daquela que personifica um país que já não existe mais.A cada nova informação sobre a excêntrica governanta, emerge o cenário de uma Hungria ocupada e dividida, e até a relação de Emerenc com seus pertences é questionada. Teria roubado dos judeus ou ganhado os bens de uma família judia que ela havia ajudado a fugir? Quem é essa mulher e por que ela está fechada a qualquer intimidade com seus patrões? Todas as possibilidades são plausíveis até que as portas, metafóricas e literais, sejam, por fim, abertas.Em um romance revelado tardiamente ao grande público, mas muito debatido e elogiado pela crítica, Magda Szabó oferece uma visão generosa sobre táticas de sobrevivência, sobre tudo o que pode ser dito no silêncio e sobre o papel da autenticidade na arte e na vida.

"A Porta" traz a história de uma escritora que precisa de ajuda em sua casa com as tarefas domésticas, essa escritora que no caso seria a própria Magda acaba por encontrar um senhora muito recomendada que possui características muito peculiares, essas que por sua vez vamos descobrindo ao longo da leitura.

"Este livro não foi escrito para Deus, que conhece minhas entranhas, nem para as sombras, que são testemunhas de tudo e me observam a todo instante, nas horas de vigília e de sono, mas sim para os homens. Vivi com coragem, espero morrer da mesma forma, com coragem e sem mentir, mas para isso, é preciso que diga: fui eu que matei Emerenc. Eu queria salva-la, e não matá-la, mas não faz a menor diferença."

Emerenc trabalha duro, possui diversas funções na vizinhança onde mora, é reservada de pouca conversa e poucos amigos, uma mulher idosa muito dedicada a suas funções e que se encaixa na vida de seus patrões a sua maneira, seguindo suas próprias regras. Mesmo dona de uma personalidade extremamente excêntrica e difícil a velha desperta elogios por onde passa, caridosa, sempre disposta a ajudar os outros e fazer bem seu serviço. Sua contratação foi feita da forma mais peculiar que conheço, a decisão de trabalhar para a escritora foi através de uma análise da própria Emerenc que de maneira dura avisou caso decidisse trabalhar naquele novo lar informaria em breve.

Ao iniciar sua nova jornada de trabalho aos poucos a velha governanta conquista seu espaço, toma conta da vida de sua nova patroa e aos olhos do leitor fica evidente que o domínio da casa, das regras e todo o resto está em suas mão e não dos chefes. Ela decidi quanto irá custar seu serviço, seu horário de trabalho e como será feito aos poucos a escritora perde voz dentro de sua própria casa, mas ao mesmo tempo constrói uma relação muito intensa com a nova governanta.

A leitura se dá através desses acontecimentos, o tempo todo a narrativa é obscura e misteriosa, a arrogância de Emerenc me irritou e decepcionou em diversos momentos durante a história, mas seu papel no livro me surpreendeu de formas inimagináveis. 

O pano de fundo para obra é um pós Segunda Guerra Mundial em uma Hungria totalmente diferente. Mesmo de maneira mais lenta a escrita da autora lhe conquista, deixando a curiosidade se fazer cada vez mais presente, uma necessidade é impregnada no leitor em saber cada vez mais sobre essas duas mulheres e sua relação. Algumas surpresas aguardam o leitor no término dessa obra, que se tornou uma das leituras mais marcantes. O título da obra nos remete a reflexões que ao longo da leitura se tornam cada vez mais evidentes. 

Existem uma adaptação dessa peculiar história, espero que possa assistir também e comparar com a leitura, espero que tenham gostado da resenha.

Título Original: Az ajtó| Páginas: 255 |Gênero: Ficção| Editora: Intrínseca| Minha Avaliação: 3/5| Comprar: Amazon

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Comentários

  1. Oie Michelle!!

    Não conhecia esse livro e nem a autora, achei a premissa dele intrigante e interessante, como uma senhora consegue ser o centro da casa sendo a governanta, sem dúvidas deve ter sido uma leitura bem interessante, espero conseguir ler esse livro em algum momento acho que ele me proporcionaria uma boa leitura. Ahhh vou procurar a adaptação enquanto não consigo ler.

    Beijos!
    Eita Já Li

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  2. Oi, não conhecia o livro e fiquei bastante impressionada desde a sinopse e capa, lendo a resenha, tive certeza que é um livro que possivelmente irá me agradar, gosto de personagens peculiares.

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  3. Olá,
    Até gosto de ler livros de drama mas a personagem principal parece meio chatinha. Mesmo assim me deu uma pontinha de curiosidade.

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  4. Olá!! Esse é meu primeiro contato com o título e com a autora, achei bem interessante e sua opinião sincera me deixou em um meio termo já que estou evitando leituras lentas, mas ao mesmo tempo me pego bem curiosa quanto aos acontecimentos e toda essa relação. Assim que passar essa minha fase chatinha eu embarco nessa história.

    Um beijo
    Leitura Terapia

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  5. não sei se ia gostar da protagonista chatinha mas de modo geral a sinopse é bem a minha cara, me vejo lendo, não sei se amando mas com certeza empolgada, e sou curiosa em ler esse livro justamente por causa dessa capa diferente.

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