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[Resenha] O Ar Que Me Falta - Luiz Schwarcz @Companhiadasletras

 Terminei de ler minha segunda leitura do mês de novembro, o começo dessa leitura foi mas lento, entretanto ao longo das páginas fui me envolvendo cada vez mais com o autor e sua história. Uma historia repleta de significados e experiências difíceis, mas que nos propõem uma análise da vida do autor assim como da nossa própria.

Sinopse: Um sensível relato sobre família, culpa e depressão. Luiz Schwarcz carrega consigo a história de uma família que abandonou tudo para fugir ao terror nazista: o pai, húngaro, conseguiu escapar, sozinho, de um trem a caminho do campo de extermínio de Bergen-Belsen, deixando Láios, seu pai, no vagão que acabou por levá-lo à morte; a mãe, croata, teve de decorar aos três anos um novo nome, falso, para embarcar com a família num périplo que os levou primeiro à Itália e depois ao outro lado do Atlântico. Os dois, André e Mirta, se encontraram no Brasil, com as lembranças dolorosas do passado trágico a pesarem sobre a nova vida. Filho único, Luiz, ainda jovem, entendeu ser responsável por expurgar as culpas que André carregava por não ter podido evitar o fim extremo do próprio pai ― avô do autor ―, e se via como o elo a manter estável o casamento de André e Mirta, união cheia de silêncio, dor e incompatibilidade. Assumir esse papel, porém, será a fonte de angústias que o acompanharão ao longo de toda a infância, adolescência e vida adulta. Ao recuperar com franqueza estas memórias, Luiz Schwarcz constrói um sensível e detalhado relato de como a depressão e os traumas, próprios e de terceiros, podem tirar o fôlego de qualquer um e permanecer latentes em existências por fora marcadas pela aparência do sucesso.

"O Ar Que Me Falta" nos traz a história de vida de Luiz Schwarcz, fala sobre seus pais, seus avós, sua criação, sobre depressão sobrevivência e luta contra os próprios demônios, uma obra riquíssima onde Luiz relata toda sua experiência de vida e todas as questões que envolvem sua família e sua criação.   

História de uma curta infância e de uma longa depressão
O autor escreve então para o seu leitor logo de inicio sobre a relação conturbada com o pai, e como foi a relação de André com o avô de Luiz, este que por sua vez morreu em um trem a caminho de Bergen-Belsen um campo nazista de extermínio, os problemas de André começam nesse ponto porque estava com seu pai no trem e sendo o filho obediente que era cumpriu com a ordem do pai de pular e fugir salvando a sua própria vida, algo que seu pai não teve chance de fazer. André cresceu então se culpando, desenvolveu insônia e traumas terríveis porque se sentia culpado pelo pai ter morrido e ele não. Essa culpa refletiu na criação e na vida de Luiz.

"Se me esforço para recordar o início da minha doença, é possível construir uma narrativa. Lembro do ar que me faltava no cume e me vem á mente a figura do meu pai, que jamais esteve lá."

Luiz Schwarcz escreve de maneira fluída, clara e muito sincera levando o leitor a compreender como foi sua trajetória e tudo que ele viveu. Como essas questões familiares traumáticas influenciaram em sua vida e mudaram o curso de alguma coisas. Ele conta sobre a relação com a mãe que se separou do pai, sobre sua ligação com seus avos que era muito intensa e beirava a doença.

A história de "O Ar Que Me Falta" foi diferente da que eu esperava não de um modo negativo, mas foi intensa, difícil em boa parte triste e melancólica, entretanto trouxe reflexões, história e lições valiosas. Nesse livro o autor revela seus segredos mais íntimos, nos revela como desenvolveu sua doença a bipolaridade e como lida com isso no seu dia a dia.

A leitura nos faz analisarmos nossas próprias vidas, nossas atitudes e também nos proporciona acompanhar a vida do autor, nos emociona e cativa ao mesmo tempo que nos entristece pelo forte conteúdo presente na escrita, nos traz sentimentos de empatia para com as questões que envolvem as doenças citadas, nos revela sobre a humanidade presente em cada um de nós, por fim mesmo sendo diferente do que esperava gostei do encontrei na obra.


Gostaria de alerta-los porque é possível ter gatilhos nessa história, portanto, caso você não sinta confortável com alguma característica citada nessa resenha, fique a vontade para pular a leitura.

Xoxo

Título Original: O Ar Que Me Falta| Páginas: 200|Gênero: Literatura Estrangeira| Editora: Companhia das letras| Minha Avaliação: 4/5| Comprar: Amazon

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Comentários

  1. Oi Michelle!!

    Não conhecia esse obra, mas, tenho a leve impressão de que conheço o autor só não sei de onde!! Que bom que mesmo sendo diferente do que você esperava o livro te entregou uma boaa leitura, esse não é um livro que eu leria,mas, acredito que para quem gosta do gênero ele seja um leituraa muito boa.

    Beijos!
    Eita Já Li

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  2. Oi Michelle!

    Eu ainda não tinha lido uma resenha sobre este livro e achei bastante interessante, apesar de também achar um pouco triste e melancólica. Mas não nego que fiquei com muita vontade de lê-lo. Vou adicionar na minha lista de desejados. Vou aproveitar a Black Friday e dar uma olhadinha no preço dele, quem sabe está dentro do meu orçamento e consiga ele em breve.

    Bjos
    https://consumidoradehistorias.blogspot.com/

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  3. Olá!

    Não conhecia esse livro, mas parece uma leitura muito sensível e tocante. Gosto de histórias do tipo, então sua resenha (incrível) caiu como uma luva, já coloquei na lista para o ano que vem.

    Um grande beijo
    Leitura Terapia

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  4. Olá tudo bem? Realmente parece uma história intensa, e que bom que apesar de não ser o esperado, a história ainda te surpreendeu. Teria que ler a história preparadíssima, pois gatilhos são complicados. Dica super anotada e excelente resenha e fotos <3
    Beijos

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  5. Oi Michelle, tudo bem?
    Sempre que alguém me conta uma história que se passou em alguma guerra, acaba comigo. Realmente fico imaginando como deve ter sido traumático conseguir se salvar e infelizmente seu pai não. Fico de coração apertado e acho corajoso ele compartilhar sua história e de sua família. Com certeza irei anotar a dica.
    beijinhos.
    cila.

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  6. eu adoro obras com esse toque mais de falar sobre o lado fragil, como ocorre com obras que abordam saude mental.

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