Utopia - Thomas More Edipro


Você já imaginou viver em um mundo igualitário? Já refletiu sobre como a igualdade em diversos sentidos pode ser boa ou ruim? Até que ponto a igualdade é boa? Perguntas profundas se pararmos para analisar suas raízes, não é mesmo? Engana-se quem pensa que ler Utopia trará as respostas para essas indagações que permeiam a humanidade de tempos em tempos, esse é um livro que levanta mais questionamentos do que responde!


Publicado pela primeira vez em 1516, a leitura traz uma crítica forte a estatal e à situação da Inglaterra daquele período, levanta temas como exploração, propriedade privada, pena de morte, ganância não só dos governos, mas do homem num todo, fala avidamente sobre a elite daquele período e como ela se comporta diante dos demais indivíduos inseridos em sociedade.


A história trata da discussão entre dois homens sobre a construção de uma ilha com uma sociedade idealizada. Sua criação surgiu por meio de um ancestral chamado Utopus, temos contato então com a formação social e política deste local, como seus indivíduos vivem e como se comportam diante de todas as divergências humanas, a ilha é composta por 54 cidades, todas de semelhante estrutura e construção, a população se muda periodicamente do campo para a cidade e da cidade para o campo numa espécie de revezamento.

Algumas coisas são duramente punidas em Utopia, o adultério é um dos crimes mais graves que você pode cometer, um dos ok. Todos os habitantes da ilha trabalham 6 horas por dia igualmente. Na ilha, a valorização da educação e do tempo livre para estudo são importantes, eles aprendem agricultura, além de um ofício como tecelagem, carpintaria ou ferreiro. O excedente da produção é compartilhado entre as cidades.


O dinheiro existe, mas é usado apenas para relações com estrangeiros. Internamente, não há uso de dinheiro, o que elimina o acúmulo de riqueza. Ouro e prata são usados para objetos desprezíveis (como penicos), para reduzir o valor simbólico desses metais.

O comando da ilha é vitalício. Tanto a educação como a religião são consideradas importantes, ou seja, a educação é comum a todos e a religião é tolerante. Você pode ter a religião que quiser, desde que respeite a moral pública, mas ateus são mal vistos. Os utopianos tendem para uma justiça preventiva e evitam a guerra; quando não é possível, contratam outras pessoas de fora para tal ato.

Nesta leitura, temos um narrador não confiável, é claro para o leitor que ele é insatisfeito com o atual sistema do mundo fora da utopia, então sua visão e opinião estão contaminadas por suas ideologias do que seria bom ou ruim. Como disse, é uma leitura que levanta mais dúvidas do que as responde. Algumas coisas ou muitas no sistema utopiano intrigam o leitor. Por que nenhum Utopiano questiona este sistema nunca? É como se a população da ilha não tivesse opinião, desejos, ambições ou como se essas coisas fossem tiradas da população, nas entrelinhas da narrativa!


Essa é uma narrativa intrigante que explora nossa imaginação, a crítica a sociedade burguesa da época é evidente, o autor procura expor em sua obra os pilares funamentais de um sociedade justa, e nas entrelinhas mostra como de fato funciona a igualdade que tantos almejam, minando opinião, desejos e sonhos, a meu ver a prática da proposta da obra é impossível no mundo real já que os valores e a cultura de cada sociedade são moldadas ao longo da história humana, por diversas determinantes, sendo que, em "A Utopia", a sociedade a e seus valores fundantes foram totalmente originados de uma só fonte, a pessoa de seu fundador, o Rei Utópos, entretanto e para além disso sinto que o autor desejava continuar sua narrativa.

Você já leu este livro? Sente que as práticas utópicas podem ser aplicadas na sociedade atual?
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