Você já imaginou viver em um mundo igualitário? Já refletiu sobre como a igualdade em diversos sentidos pode ser boa ou ruim? Até que ponto a igualdade é boa? Perguntas profundas se pararmos para analisar suas raízes, não é mesmo? Engana-se quem pensa que ler Utopia trará as respostas para essas indagações que permeiam a humanidade de tempos em tempos, esse é um livro que levanta mais questionamentos do que responde!
Publicado pela primeira vez em 1516, a leitura traz uma crítica forte a estatal e à situação da Inglaterra daquele período, levanta temas como exploração, propriedade privada, pena de morte, ganância não só dos governos, mas do homem num todo, fala avidamente sobre a elite daquele período e como ela se comporta diante dos demais indivíduos inseridos em sociedade.
A história trata da discussão entre dois homens sobre a construção de uma ilha com uma sociedade idealizada. Sua criação surgiu por meio de um ancestral chamado Utopus, temos contato então com a formação social e política deste local, como seus indivíduos vivem e como se comportam diante de todas as divergências humanas, a ilha é composta por 54 cidades, todas de semelhante estrutura e construção, a população se muda periodicamente do campo para a cidade e da cidade para o campo numa espécie de revezamento.
Algumas coisas são duramente punidas em Utopia, o adultério é um dos crimes mais graves que você pode cometer, um dos ok. Todos os habitantes da ilha trabalham 6 horas por dia igualmente. Na ilha, a valorização da educação e do tempo livre para estudo são importantes, eles aprendem agricultura, além de um ofício como tecelagem, carpintaria ou ferreiro. O excedente da produção é compartilhado entre as cidades.
O dinheiro existe, mas é usado apenas para relações com estrangeiros. Internamente, não há uso de dinheiro, o que elimina o acúmulo de riqueza. Ouro e prata são usados para objetos desprezíveis (como penicos), para reduzir o valor simbólico desses metais.
O comando da ilha é vitalício. Tanto a educação como a religião são consideradas importantes, ou seja, a educação é comum a todos e a religião é tolerante. Você pode ter a religião que quiser, desde que respeite a moral pública, mas ateus são mal vistos. Os utopianos tendem para uma justiça preventiva e evitam a guerra; quando não é possível, contratam outras pessoas de fora para tal ato.
Nesta leitura, temos um narrador não confiável, é claro para o leitor que ele é insatisfeito com o atual sistema do mundo fora da utopia, então sua visão e opinião estão contaminadas por suas ideologias do que seria bom ou ruim. Como disse, é uma leitura que levanta mais dúvidas do que as responde. Algumas coisas ou muitas no sistema utopiano intrigam o leitor. Por que nenhum Utopiano questiona este sistema nunca? É como se a população da ilha não tivesse opinião, desejos, ambições ou como se essas coisas fossem tiradas da população, nas entrelinhas da narrativa!
Você já leu este livro? Sente que as práticas utópicas podem ser aplicadas na sociedade atual?




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