Esse foi meu primeiro contato com a escrita de Thomas e posso dizer inicialmente que uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi a peculiariedade de sua escrita, essa que por sua vez vai nos cativando e conquistando ao longo da leitura, foi de fato uma rica exeriência literária que me marcou enquanto leitora e me trouxe reflexões importantissímas sobre a temática abordada .
Sinopse: Pequena obra de arte do autor de A montanha mágica, a novela Mário e o mágico retrata - a partir das atitudes cruéis de um obscuro ilusionista - o gérmen do fascismo na Europa do século XX.Irritabilidade, raiva e um humor peculiarmente malicioso caracterizam as férias em família do narrador de Mário e o mágico em Torre di Venere, na Itália. A inquietação dos personagens aumentará pela presença do infausto Cipolla, um ilusionista cuja performance é aterrorizar e humilhar seu público, subjugando-o à sua própria revelia. Em um ataque direto à dignidade humana, a apresentação encontra sua vítima perfeita no garçom Mário, que deve se submeter às vontades do mágico sem restrições – até que uma tragédia se instaura. Esta novela de Thomas Mann pode ser considerada como uma das primeiras obras da literatura mundial a captar com precisão aspectos fundamentais da mentalidade que propiciou o alastramento do fascismo no século XX, ecoando sua vigorosa advertência toda vez que se delineia, ainda hoje, a ameaça de um novo Cipolla.
Mário e o Mágico é um livro curto, de fácil leitura, mas que no primeiro momento pode não ser tão fácil de compreensão, entretanto ao longo de suas 107 páginas vamos aos poucos nos aprofundando na história aqui exposta pelo autor, o livro pode ser considerado como uma espécie de autobiografia já que o narrador descreve logo no inicio fatos e situações vividas pelo escritor segundo o próprio pósfácio da obra.
Nessa história conhecemos uma família que está de férias na italia pai, mãe e filhos passam juntos por dias quentes em um hotel fino inicialmente, depois em uma espécie de pousada e também nas praias locais, nessa perspectiva passamos a acompanhar as vivências de férias dessa família que sofre com a cultura local e o preconceito em algumas situações também quanto a seu poder aquisitivo e posição social.
Para muito além disso a obra pode parecer aos olhos do leitor uma história simples cotidiana, entretanto as coisas começam a tomar rumos mais significativos quando o leitor nota a verdadeira intenção por trás da escrita do autor, ao longo da leitura um espetáculo está por vir e a família decidi adquirir ingressos para esse show onde toda a cidada está envolvida e empolgada para prestigiar, nesse espetáculo conhecemos então um sujeito bem amtipático Cipolla surge então para nos mostrar os verdadeiros significados da leitura que estamos realizando, um ilusionista que aterroriza e humilha seu público, durante o show Cipolla encontra sua vítima perfeita um garçom que a familia de férias tem acompanhado, seu nome é Mario
Cipolla humilha e subjulga Mário durante o espetáculo de uma maneira muito mais perversa do que vem fazendo durante toda a sua apresentação com os demais espectadores e ao fazer isso uma trágica reviravolta acontece!
A escrita de Mann apesar de bem detalhista nos prende por toda a leitura, com uma riqueza de detalhes e descrições o leitor vai sendo sugado para o universo criado no livro, os cenários descritos, os sentimentos e até mesmo as referências ao calor interferem na forma como nos sentimos lendo, uma das características que mais apreciei em sua obra, esse poder de nos fazer imaginar e sentir parte da história como se estivemos vendo de perto as cenas descritas.
O livro nos apresenta recados importantes e vem como um alerta, considerado uma novela publicado em 1930 em seu trabalho Thomas Mann nos apresenta uma das primeiras obra da literatura que aborda os primeiros indicios do fascismo do século XX, trazendo então em sua escrita um alerta ou advertências para possíveis novos Cipollas da atualidade. Uma leitura valiosa e muito rica quando pensamos nesse contexto da história!
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